Vivências e Poesia

Copiando agora a poesia do Manuel Bandeira, lembrei dos meus tempos de criança, nas festas do colégio.
As festinhas dedicadas às professoras - porque eu estudava em colégio de freiras e só tínhamos professoras.
Naquele tempo, os colégios eram separados por sexo. Parece mentira... mas era sim!
Em colégio de freiras só estudavam meninas e todas as professoras eram mulheres.
Em colégio de padres, só estudavam meninos.
Então... nas festinhas dedicadas às mães ou às professoras no respectivo dia delas, eu estava sempre metida na organização e sempre... sempre recitava a mesma poesia.
Provavelmente quando eu era anunciada elas pensavam lá vem a menininha do Castro Alves de novo!
Outro dia eu estava tentando me lembrar daquela poesia, e não consegui.
Na realidade, tem partes dela que eu nunca me esqueci... mas outras eu não consegui lembrar, por mais que tentasse. Em compensação, lembrei então de um site, que por sinal está ameaçado de acabar e que é maravilhoso!
Entrem lá e vejam por si mesmo! http://www.dominiopublico.gov.br/ - Fui lá procurar a minha poesia de Castro Alves.
Pois é... achei! E estou passando para vocês agora. É uma graça de poesia.

A Duas Flores
São duas flores unidas, são duas rosas nascidas talvez no mesmo arrebol,
Vivendo no mesmo galho, da mesma gota de orvalho, do mesmo raio de sol.
Unidas, bem como as penas das duas asas pequenas de um passarinho do céu...
Como um casal de rolinhas, como a tribo de andorinhas da tarde no frouxo véu.
Unidas, bem como o pranto, que em parelha descem tantos das profundezas do olhar...
Como o suspiro e o desgosto, como as covinhas do rosto, como as estrelas do mar.
Unidas... Ai quem pudera numa eterna primavera viver, qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida na rama verde e florida, na verde rama do amor!
Castro Alves